A 15ª edição reforçou o Rally de Portugal Histórico como uma das mais importantes provas internacionais de regularidade histórica. As mais de 80% de equipas estrangeiras que alinharam à partida confirmam o prestígio granjeado (também) além-fronteiras, muito por culpa da seletividade e extraordinária beleza do percurso idealizado pelo Automóvel Club de Portugal.
Numa prova marcada por uma extrema competitividade, a dupla francesa Christophe Baillet/Pierre Colliard, em Porsche 911 SC, estreou-se no lugar mais alto do pódio, enquanto Rodrigo Teixeira/João Azeiteiro, em BMW E30 325i, foram os melhores portugueses, na quinta posição. Desportivamente, a competitividade foi a tónica dominante da prova. Cinco comandantes diferentes e oito mudanças de líder dão uma ideia de como a emoção foi uma constante ao longo das 43 seletivas provas especiais disputadas, sendo que à saída para a derradeira etapa, os dois primeiros classificados arrancaram… empatados. Mas, no final e cumpridos mais de 1.850 km ao cronómetro, foi Christophe Baillet, navegado por Pierre Colliard, em Porsche 911 SC, a assegurar o triunfo, impondo-se ao belga Yves Deflandre (acompanhado de Jennifer Hugo) e ao seu compatriota Philippe Fuchey (navegado por Christophe Hayez), que, mesmo se não conseguiram repetir os triunfos de 2016/2017 e 2019, respetivamente, nunca baixaram os braços e venderam cara a derrota.
Inscrevendo o seu nome pela primeira vez no álbum de ouro da prova (ele que vá venceu várias edições da Volta à Córsega Histórica), Baillet ainda experimentou alguns dissabores com a caixa de velocidades do seu Porsche, mas, a partir do momento em que descolou de Deflandre nas primeiras especiais da derradeira etapa, teve apenas que gerir o ritmo, a concentração e a mecânica do carro, sobretudo na ronda final noturna pelos traiçoeiros troços de Sintra, para se tornar no 10º vencedor diferente do Rally de Portugal Histórico.
Numa prova onde os Porsche 911 provaram, mais uma vez, serem o carro a bater, alcançando os três primeiros lugares, destaque também para a prova de Rodrigo Teixeira/João Azeiteiro, que conquistaram o lugar de melhores portugueses. A dupla nacional foi a primeira líder do rali, mas o endiabrado ritmo dos três primeiros classificados e até do Renault 11 Turbo da dupla espanhola quarta classificada, Alvaro Ochagavias/Manuel Macho, não lhe permitiu transformar o sonho da vitória em realidade, como o tinham conseguido fazer João Mexia em 2014, 2015 e 2016 e João Vieira Borges em 2018.
Com um percurso duro e seletivo, mas de inegável beleza (com passagem por locais emblemáticos como Campelo, Lousã, Mortágua, Caramulo, Préstimo, Armamar, Freita, Oliveira de Hospital, Arganil, Montealto, Montejunto e Sintra), 44 das 58 equipas que partiram lograram chegar ao final da prova, que voltou a concentrar todas as emoções da chegada no privilegiado palco dos Jardins do Casino Estoril, emoldurado pelo colorido de muitos aficionados que fizeram questão de marcar presença.
A XV edição do Rally de Portugal Histórico fechou com “chave de ouro”, já durante o dia de hoje, com uma prova de Slalom no Autódromo do Estoril (inserido no “Estoril Classis 2021”), em mais um momento revivalista e carregado de nostalgia.
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