“O Mitsubishi Space Star vai ser ganhador em terra”

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Rui Madeira não tem dúvidas quanto à competitividade da sua atual ‘montada’. Para o piloto de Almada “o Mitsubishi Space Star vai ser ganhador em terra”. Isto apesar dos abandonos que que sofreu o Casinos do Algarve e no Terras D’Aboboreira. Dois percalços que não desanimam o craque “mundialista” que quer levar o carro nipónico à glória em ralis de terra, tal como já fez em provas disputadas em asfalto. Não está a ser nada fácil de levar a bom porto a aposta que Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva fizeram no carro japonês para ser a sua ‘arma’ de ataque aos ralis em pisos de terra e de pura competição inclusos no programa do piloto para 2023.

No Rallye Casinos do Algarve, foi curta a a participação do piloto de Almada. Depois de uma entrada sólida, Rui foi forçado a desistir após a segunda classificativa, com problemas elétricos no Mitsubishi Space Star, estando na liderança entre os Promo. Já no Rali Terras D’Aboboreira, a dupla conseguiu concluir a etapa inaugural e exercendo um domínio quase total. Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva foram os mais fortes nas duas especiais de abertura, perdendo apenas dois décimos de segundo na Super Especial que fechava a jornada e partiam para o dia decisivo com 10,5 segundos de vantagem sobre os mais diretos concorrentes.

Mas, mal arrancaram na manhã de sábado, perceberam que a sorte os tinha abandonado. Um problema com embraiagem forçou o abandono, ainda antes de chegarem ao início da primeira especial do dia, naquele que foi o segundo balde de água fria em apenas três semanas. No entanto, estas ‘dores de crescimento’ não assustam um piloto tão experiente como Rui Madeira: “Quando aceitamos o honroso convite da M-Pro, eu e o Nuno tínhamos noção de que teríamos pela frente um longo e duro caminho de desenvolvimento. O Space Star é uma excelente base, como aliás atestam as vitórias que com ele já alcançamos em asfalto, mas não havia qualquer trabalho anterior profundo para que o carro fosse competitivo na terra. Mas, a postura que a equipa sempre teve connosco, com um profissionalismo total e um carinho incrível, fez-nos deitar mão á obra e, nos dois ralis já feitos, se é verdade que as desistências foram sempre precoces, também o é o facto de termos sido sempre capazes de disputar ou assumir a liderança das provas, mesmo, como já disse, com o carro num patamar embrionário do que poderá ser o seu potencial”.

Mas, antes que pareça que o carro é muito frágil, Rui Madeira realça que os incidentes que conduziram às desistências “foram surpreendentes. Mesmo sabendo que estamos no início do desenvolvimento do carro, fizemos muitos quilómetros de testes, onde a fiabilidade do carro nunca apresentou fragilidades. Foi um trabalho exaustivo focado principalmente na evolução do setup, no sentido de melhorarmos a capacidade tração do Mitsubishi e, em momento algum, existiram este tipo de falhas. São imponderáveis das corridas, embora merecedores de um reflexão nossa e da equipa no sentido de rever tudo, deste o material aos procedimentos a fazer antes e durante as provas, melhorando a nossa eficácia coletiva”. Como tal, o foco agora passa por “dar continuidade a este projeto”.

“Não temos ainda definido as provas que possamos vir a fazer em 2023, mas seguramente teremos algumas para atacar esta época, em terra e em asfalto”, remata Rui Madeira, que fora deste projeto com o Space Star, em já duas provas confirmadas, ambas para fazer aos comandos do mítico Mitsubishi Lancer EVO III. A primeira será o Altice RalllySpirit e depois a ansiada ida ao Eifel Rally Festival, na Alemanha.

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