Miguel Cristóvão esteve em grande destaque na segunda das duas corridas do Road to Le Mans, que mais uma vez fez parte do programa das 24 Horas de Le Mans. Uma estreia complicada para o piloto português no circuito de La Sarthe, mas que depois da deceção do primeiro confronto foi compensada por uma grande recuperação que o levou ao quarto lugar final. Mas o caminho para este resultado foi árduo e marcado por várias vicissitudes, a começar pela jornada de abertura.
Bandeiras vermelhas Miguel Critsóvão e situações de Safety-Car impediram que Miguel Cristóvão pudesse transformar o seu andamento em resultados na primeira corrida do Road to Le Mans, a prova da Le Mans Cup que integra a edição do centenário das 24 Horas de Le Mans. O piloto português mostrou competitividade na sua estreia no mítico circuito de La Sarthe desde a primeira sessão de treinos livres, o que lhe abria boas perspetivas para bons resultados. No entanto na qualificação diversas bandeiras vermelhas impediram que Cristóvão e o seu colega de equioa aos comandos do Ligier JS P320, Sasha Lehmann, realizassem voltas ‘limpas’. E por isso o piloto lisboeta foi além do 15º lugar da grelha de partida, enquanto o francês assegurou o 21º.
Para a corrida a dupla luso-gaulesa da M Racing esperava poder recuperar e Miguel Cristóvão começou bem ganhando oiyo posições. Contudo um incidente às sua frente implicou que terminasse a primeira volta no 23º posto. Com uma situação de ‘Safety-Car’ ao longo do seu turno de condução levou a que o piloto de Lisboa não tivesse muitas oportunidades para recuperar na classificação. Daí que tenha progredido até ao 18º posto, antes de rumar às boxes para entregar o volante a Sasha Lehman. O qual também realizou um bom ‘stint’, mas que por via de nova situação de ‘Safety-Car’ não conseguiu ir além do 14º lugar. O resultado possível numa prova com muitas neutralizações. “É fantástico estar em Le Mans e adaptei-me muito bem ao traçado, tendo rodado em tempos muito competitivos. No entanto, tanto na qualificação como na corrida ocorreram muitos acidentes, o que nos impediu de demonstrar o nosso verdadeiro potencial. Penso que em circunstâncias normais seriamos, pelo menos, capazes de lutar por lugares nos dez primeiros. Foi o resultado possível”, apontou Miguel Cristóvão
Mas os esforços do piloto de Lisboa viriam a ser recompensados já que viria a protagonizar uma prova sensacional no sábado. Migeul arrancava para a corrida do 15º quinto posto entre quarenta carros inscritos na classe LMP3. Cristóvão e Sacha Lehmann, tinham mostrado um ritmo competitivo que a sua posição na grelha de partida não espelhava e tinham como objetivo para esta prova recuperar. O português realizou o arranque e rapidamente mostrou os seus intentos, ao subir duas posições nos primeiros momentos de acção. O mote estava dado e, apesar de um pelotão muito aguerrido e dos muitos ataques ao longo das rectas das Hunnaudiéres, Miguel Cristóvão foi subindo posições com um ritmo forte e ultrapassagens seguras.
Quando entrou na via das boxes, o carro da M Racing estava já em oitavo, sendo agora a vez de Sacha Lehmann prosseguir a recuperação da equipa. O francês, tal como o português, mostrou um bom andamento, vendo a bandeira de xadrez num excelente quarto posto, tendo os dois pilotos recuperado onze posições ao longo da corrida, apesar desta ter tido duas situações de Safety-Car. “Mostrámos o nosso verdadeiro potencial e penso que, se a qualificação nos tivesse corrido bem, poderíamos até chegar ao pódio. No meu turno estive envolvido em diversas lutas, mas consegui ir ganhando sempre posições. O Sacha esteve também muito forte e o nosso andamento traduziu-se num quarto lugar depois de uma excelente recuperação. Penso que é o resultado merecido face ao ritmo que demonstrámos”, declarou no final Miguel Cristóvão.
Para além do resultado e performance notáveis na corrida de sábado, o piloto português sublinha ainda a experiência que adquiriu ao longo destes dias. “Antes de mais, foi fantástico estar presente neste evento, o centenário das 24 Horas de Le Mans É um « momento histórico para o automobilismo e sente-se toda a história aqui no circuito. Para além disso, aprendi a pista e as particularidades de competir aqui, o que me poderá ser necessário para o futuro”, concluiu Miguel Cristóvão.
O piloto de Lisboa regressa à compertição de 13 a 15 de Julho para as 4 Horas de de Castellet, a segunda ronda das European Le Mans Series.
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