Kris Meeke e Bryan Hoy foram os grandes vencedores do Rali da Água Transibérico Eurocidade Chaves-Verin, penultima ronda do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) que este fim de semana se disputou na região de Chaves. Um triunfo que a dupla britânica do Team Hyundai Portugal só assegurou na derradeira classificativa do evento o organizado pelo CAMI Motorsport. Meeke, que já não estava na disputa pelo título, manteve uma acesa luta pela vitória com Armindo Araújo e Luís Ramalho.
A dupla do Skoda Fabia RS Rally2 preparado pela The Racing Factory tinha dominado os acontecimentos na etapa de sexta feira, mas Meeke entrou muito bem no segundo dia do rali, e com o seu Hyundai i20 N Rally2 bem acertado para o asfalto da prova transmontana, acabaria por ser o rival com quem Armindo Araújo ja não ontava. E na entrada para o derradeiro troço cronometrado os dois entraram separados por apenas seis décimas. Foi então que o britânico ‘puxou dos galões’ de antigo mundialista e acabou por se impôr ao piloto de Santo Tirso por uma margem de 1,8s. É um pouco estranho o rali decidir-se na super-especial, mas acontece… Foi uma prova bastante difícil, atendendo às condições climatéricas que íamos encontrando, mas o desafio não deixou de ser interessante, depois de uma bela luta com o Armindo”, referia Kris Meeke, que somou o seu terceiro triunfo no CPR, depois de uma prova marcada pela chuva e pela imprevisibilidade do estado dos pisos
Se o despique pelo primeiro lugar foi empolgante, com Armindo Araújo, o campeão nacional em título e ainda candidato a renová-lo, em plano de maior destaque face aos adversários que também ambicionam ser campeões, a verdade é que, como já era previsível, confirmou-se que o campeão de 2023 será conhecido somente após o Rali Vidreiro. “Preferia, obviamente, ter vencido o rali, mas este segundo lugar é bom para a classificação do CPR. Acertamos nas afinações e na escolha de pneus, pelo que, na generalidade e numa prova tão difícil, estou satisfeito com o nosso desempenho”, referia Araújo, que se revela cada vez mais à vontade com o novo Skoda RS.
Bem afastado deste despique, José Pedro Fonte e Inês Ponte levaram o Citroën C3 Rally2 da Sports&You ao terceiro lugar, sendoo que o piloto do Porto ganhou no diuelo que opôs ao galego Victor Senra, quarto a mais de um minuto do vencedor. Ainda assim Fontes tem a lamentar algumas escolhas erradas de pneus não lhe permitiram fazer melhor do que o pódio. Sendo o top cinco completado por Ricardo Teodósio, que dessa forma passou a liderar o Campeonato de Portugal de Ralis, destronando Miguel Correia, que em Chaves não foi além do sétimo posto final. Ainda assim o piloto algarvio debateu-se bastante neste Rali da Água, com destaque para a intempérie da segunda classificativa. Depois não conseguiu vencer a falta de confiança no segundo dia para arriscar mais.Por isso vai para a derradeira prova da temporada com uma ‘magra’ vantagem, já que os três primeiros do CPR estão separados por apenas três pontos.
Miguel Correia também esteve uns furos abaixo do que seria expectável, ao contrário de Pedro Almeida, que no regresso ao CPR fez uma prova de trás para a frente, em termos de ritmo. João Barros estava, de igual modo, a subir de rendimento no último dia, mas capotou o Volkswagen Polo GTI R5 na Power Stage e deitou tudo a perder. Por sua vez, Paulo Meireles bem tentou, numa prova difícil para todos, andar o melhor possível, mas o facto de ter o filho Guilherme também nas classificativas, aos comandos de um Peugeot 208 Rally4, nunca lhe deu tranquilidade.
No Campeonato das duas rodas motrizes, Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally5), o vencedor do FPAK Júnior Team na época passada, esteve quase intocável aos comandos do seu Renault Clio Rally5, para alcançar a sua primeira vitória no CPR, ao bater Hugo Lopes por 13.4 segundos, com Ricardo Sousa, noutro Peugeot 208 Rally4, a uma distância considerável. “Correu tudo acima das minhas expetativas, pois é a primeira vez que andei à chuva com este carro, mas a verdade é que o “agarrei’ bem desde início. Nem tenho palavras para descrever esta vitória…”, confessou o jovem de Vila Nova de Poiares, enquanto o seu rival lamentava o erro na escolha de pneus. “Perdi muito tempo nas duas primeiras classificativas, mas o balanço acaba por não ser mau de todo”, dizia um Hugo Lopes feliz por ter assegurado por antecipação a conquista do título de campeão nacional no Campeonato Júnior.
Na terceira jornada da época do FPAK Júnior Team, a dupla Rafael Rego/Inês Veiga dominou e venceu pela segunda vez, mas só a quatro classificativas do final é que deixou de ser ameaçada por Pedro Pereira, quando este capotou e perdeu 19 minutos até conseguir retomar a sua marcha. A partir daí, Alexandre Cordeiro subiu um lugar, controlando a vantagem confortável que detinha sobre Vítor Matias.
Classificação Final
1º, Kris Meeke/Brian Hoy (Hyundai i20 N Rally2), 1.04.41,6
2º, Armindo Araújo/Luís Ramalho (Skoda Fabia RS Rally2 evo), a 1.8s
3º, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2), a 42.3
4º, Victor Senra/David Vasquez (Skoda Fabia R5), a 1.28.3
5º, Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), a 1.36.9
6º, Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 evo), a 2.24.1
7º, Miguel Correia/Jorge Carvalho (Skoda Fabia Rally2 evo), a 2.27.5
8º, Paulo Meireles/Marcos Gonçalves (Hyundai i20 N Rally2), a 4.29.6
9º, Gonçalo Henriques/Gonçalo Cunha (Renault Clio Rally5), a 6.004
10º, Hugo Lopes/Tiago Neves (Peugeot 208 Rally4), a 6.13.8
Campeonato
1º, Ricardo Teodósio 108 pontos
2º, Miguel Correia 106
3º, José Pedro Fontes 105
4º, Armindo Araújo 102.
2RM
1º, Hugo Lopes 111 pontos
2º, Gonçalo Henriques, 96,5
3º, Ricardo Sousa, 92;
4º, Ernesto Cunha, 91,5
5º, Hugo Mesquita, 58.
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