Depois de no primeiro dia a primazia ter ido para o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota), a vitória na competição de automóveis da 36ª edilção da Baja Portalegre 500 acabou por ir para João Ferreira (MINI). O piloto de 23 anos tornou-se no mais jovem vencedor da prova ‘rainha’ do todo-o-terreno nacional e também o mais novo a fazê-lo numa prova da Taça do Mundo da especialidade. Sendo que na prova do ACP – que no passado rebeu vedetas como Colin McLare, Stéphane Peterhansel ou Ari Vatanen, a competição teve dois ‘galos’ para um só ‘poleiro’, onde João Ferreira logrou superar AL Rajhi, que no seu Toyota Hilux foi o mais rápido nos 204,66 quilómetros do Setor Seletivo 3. Contudo Jão Ferreira ficou a apenas 4,3s do saudita e manteve a pressão para o quarto e decisivo Setor Seletivo. Aí, a chuva forte – com períodos de granizo – alterou, por completo, o perfil da competição.
Yazeed Al-Rajhi ficou fora da luta pela vitória no SS4, com problemas de direção na Toyota Hilux T1+, abrindo caminho ao pódio absoluto de Luís Portela de Morais, com o T3 navegado por Tomás Dantas. Tiago Reis e Valter Cardoso também tiveram um dia atribulado este sábado, mas a dupla da Toyota Hilux conseguiu o quarto lugar da geral, na frente do Can-Am de Cristiano de Sousa e Fausto Mota, que completou os cinco primeiros. Após 447,62 quilómetros cronometrados, João Dias e João Miranda ficaram a 21,7s da dupla do MINI, demonstrando a eficácia dos T3, mais leves, mas com menor velocidade de ponta do que os T1. “O resultado foi espetacular e o João Ferreira mereceu a vitória, dou-lhe os parabéns. Eu fiz o que me foi possível. A 60 km do fim sabia que estava à frente, mas depois como o traçado tinha muitas retas até ao final, o handicap do nosso carro, que está limitado a 135 km/h de velocidade de ponta, não permitiu que nos batêssemos de igual para igual. Ainda assim, fico feliz com o resultado”, apontou o piloto do Can-Am.
“É uma sensação incrível, nem acredito que consegui ganhar. Depois do acidente que tivemos a semana passada, não acreditava que conseguia ganhar a corrida, nem que ia ter andamento para os mais rápidos. Foi uma luta desde o primeiro quilómetro, mas estou muito satisfeito”, começou por referir o vencedor no final. João Ferreira também destacou que “a época foi boa (ndr, só por uma vitória é que não fez o pleno no campeonato) e quero agradecer a todos os que nos apoiaram, especialmente aos nossos pais, à ARC e à X-Raid. O último setor foi particularmente difícil, por causa da chuva, que tornou o piso muito traiçoeiro. Nas ribeiras apanhámos alguns sustos, porque o carro ficava preso a atravessar a água e era aí que o João Dias nos ganhava tempo. Depois, na parte final, como já estava mais seco deu para atacar. Terminar assim é como colocar a cereja no topo do bolo”, referiu o jovem campeão nacional e europeu.
No Evento Nacional, registo para a vitória de Filipe Cameirinha e José Marques, aos comandos de um Can-Am, na frente do surpreendente Sérgio Matos (navegado por Sebastião Dominguez), que levou a pick-up Mercedes ao segundo lugar, apenas na sua segunda prova no TT. Os SSV da categoria T3 passaram a impor o ritmo e Armindo Araújo chegou a ser o piloto mais rápido em prova, antes de um toque deixar o heptacampeão nacional de ralis fora de ação. João Dias, o campeão nacional da categoria, passou então a ser o mais sério candidato à vitória – que seria a primeira de um T3 na Taça do Mundo –, mas João Ferreira fez uma ponta final notável e anulou o tempo perdido para o piloto do Can-Am. O jovem leiriense, navegado por David Monteiro, fecha a época com uma vitória memorável na prova do ACP.
Classificação final
1º João Ferreira / David Monteiro (MINI), 5h43m56,6s
2º João Dias / João Miranda (Can Am), a 21,7s
3º Luís Portela de Morais/Tomás Neves (OT3 OT3), a 4m26,6s
4º Tiago Reis/Valter Cardoso (Toyota), a 14m30,9
5º Cristiano Batista/Fausto Mota (BRP Can Am Maverick), a16m29,4s
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