Hites e Pulcini imparáveis no GT Open no Estoril

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Benjamin Hites e Leonardo Pulcini foram os grandes vencedores da primeira ronda do International GT Open, que teve lugar este fim de semana no Autódromo do Estoril. A dupla italo-chilena do Lamborghini Huracan da Oregon Team esteve imparável nas duas corridas realizadas na pista dos arredores de Lisboa, marcadas por intensa disputa. E com 19 carros em pisra e uma alteração de peso com a penalização do McLaren 720s de Joe Osborne/Nick Moss (realizou o 2o melhor tempo nos cronometrados, o primeiro confronto de 70 minutos arrancou sob um sol abrasador.

As altas temperaturas acompanhatam o evento, interrompido quando apenas haviadecorrido uma volta. Um acidente em cadeia provocado pelo toque do Mercedes AMG de Steve Jans/Sebastien Baud no Lamborghini Huracán de Alex Frassineti/Giuseppe Cipriani provocou o abandono destes pilotos e simultaneamente os de Kiki Sak Nana/Adam Osieka, Stephen Earle/Erwin Zanotti e Stanislaw Jedlinski/Krystian Korzeniowski. No recomeço, após bandeira vermelha e entrada do safety-car, e num momento em que um endiabrado Joe Osborne havia já recuperado a segunda posição, assistiu-se a um confronto espetacular entre o piloto britânico e o italiano David Fumanelli, autor da pole-position e líder da classe Pro-Am. Os pilotos da Kessel Racing (Fumanelli) e da Optimum Motorsport (Osborne) ocuparam as duas primeiras posições da geral até à paragem obrigatória nas boxes, momento em que a estratégia do Lamborghini no 63 inscrito pela Oregon Team surtiu efeito.

O primeiro a parar na classe, com Benjamin Hites a assumir o volante até aqui ocupado pelo terceiro classificado Leonardo Pulcini, o Huracán multicolorido do Team Oregon subiu ao segundo posto quando a Kessel Racing optou por fazer o mesmo com Fumanelli, que por sua vez entregou o Ferrari 488 GT3 ao piloto AM Murat Rahi Cuhudaroglu. A equipa # 63 aproveitou depois o tempo perdido por Nick Moss, quando este procurava dobrar um concorrente com o seu McLaren, para se colar ao líder. A partir daqui, assistiu-se a uma espetacular batalha entre estes dois pilotos, interrompida a sete minutos da conclusão da prova — momento em que Hites surpreendeu Moss ao posicionar-se por dentro na curva VIP. O rival acabou por alargar demasiado a trajetória, caindo na zona suja da pista, e finalmente na gravilha, perdendo com isso 4,5s e o primeiro lugar. Mérito do piloto chileno, que nunca desistiu e aproveitou a sua oportunidade. No terceiro posto terminou o outro Lamborghini da Oregon Team, conduzido por Kevin Gilardoni (revelou sérias dificuldades para se desenvencilhar de um combativo Martin Konrad, piloto da categoria Am, na primeira metade da corrida) e Glenn Van Berlo.

Foi com o céu limpo, muito calor e um fantástico ambiente que o Circuito do Estoril, com o apoio do Motor Clube do Estoril, recebeu o segundo confronto, realizado domingo. E ao contrário do que havia sucedido na corrida anterior, as voltas iniciais decorreram sem incidentes. Depois de terem produzido uma qualificação de renome, os pilotos da categoria Pro-Am Karol Basz, Axcil Jefferies e Adam Christodoulou mantiveram-se nas posições da frente à geral. Já Alain Valente caiu duas posições, fixando-se no oitavo lugar, enquanto Benjamim Hites, vencedor da Corrida 1 com o colega de equipa Leonardo Pulcini, concretizava o inverso.

Após ter caído posições no arranque, a corrida de Alain Valente foi de mal a pior. Um desentendimento com Gleen Van Berlo hipotecou as possibilidades de os dois pilotos aspirarem a lugares mais altos. Enquanto a direção penalizou em 10 segundos o Mercedes AMG #33 pela ação do suíço, Van Berlo foi à gravilha, perdendo segundos preciosos com a ação do rival. Quem aproveitou este dissabor foi um oportunista Nick Moss, que procurava manter o espetacular McLaren 720S no grupo da frente entre os Pro. Astúcia partilhada com Axcill Jeffereries, que, depois de muito tempo à procura de encontrar uma forma de passar para a frente de Karol Basz, ainda no comando à geral e na categoria Pro-Am, finalmente concretizou esse intento num momento em que o líder dobrava um concorrente. Logo atrás, Adam Christodoulou aproveitava para se aproximar do duo e reduzir para a margem mínima a diferença entre o 1o e o 3o classificado. A luta a três mantinha todos em alvoroço, sobretudo quando Baz deu um toque em Jeffereries na travagem para curva VIP. Com isso, recuperou com alguma fortuna o 1o lugar e deixou o piloto zimbabuano em maus lençóis, pressionado agora por Christodoulou.

O Team Oregon iniciava o jogo de bastidores: assim que a janela de entrada se abriu e à primeira oportunidade, a equipa italiana pediu a Benjamim Hites para entrar nas boxes e proceder à troca obrigatória de piloto. Ao volante — e com pneus novos — encontrava-se agora Leonardo Pulcini. Quem seguiu a mesma linha de pensamento, replicando a estratégia, foi a Optimum Motorsport, com Nick Moss a dar lugar ao piloto de fábrica da McLaren Joe Osborne. Retomando a prova no oitavo lugar da geral e em terceiro da classe, Pulcini tinha pela frente a árdua tarefa de recuperar muitas posições. Já na frente da corrida, Karol Basz era o primeiro a parar entre os três primeiros classificados. Fê-lo a dois minutos do fim do tempo regulamentar, ao passo que os rivais deixaram a ação para o derradeiro momento possível. A vantagem acabou por recair precisamente para os carros da Kessel Racing e a Theeba Motorsport, que de uma assentada subiram duas posições, deixando o #777 da Olimp Racing no terceiro posto.

Enquanto Pulcini voava em pista (assumiu rapidamente o 1o lugar da categoria Pro e num piscar de olhos reduziu para oito décimos a diferença que o separava de Jedliski, 3o da geral,acabando por concretizar a ultrapassagem a 10 minutos do final da prova), Zieman e Juffali travavam uma espetacular batalha pelo comando da prova. O piloto italiano da Oregon Team (Pulcini) rapidamente se juntou à festa. Mas o que parecia ser uma empreitada fácil contra pilotos menos cotados acabou por ser mais difícil do que o esperado perante a fantástica combatividade de Reema Juffali. Tendo em perspectiva o triunfo na classe e à geral, a piloto da Arábia Saudita segurou durante três voltas o carro #63, acabando por sucumbir à pressão do italiano a 5 minutos do fim, depois de o grupo ter apanhado o Ferrari 488 GT3 #5 da Olimp Racing. A ultrapassagem espetacular de Pulcini a estes pilotos permitiu-lhe passar para o comando da prova. Já Reema Juffali via o sonho escapar entre os dedos: no meio da confusão, não evitou uma ida à gravilha na curva 3 que quase deitou tudo a perder. Se chegar ao primeiro lugar da categoria Pro Am parecia uma missão impossível, o mesmo não sucedia na categoria Pro. Vindo do nada, Joe Osborne colocou o McLaren 720S a 1,5s do Lamborghini Pulcini. No entanto, foi incapaz de ir buscar a diferença para o piloto italiano, que assim comemorou o segundo triunfo do fim-de-semana de forma imperial.

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