Ter consguido “conquistar dois títulos” tornaram a época 2021 de Paulo Anselmo “perfeita”. O piloto de Olhão sonhou com uma ‘dobradinha’ perante o crescendo de bons resultados da temporada. Depois empenhou-se para garantir o cetro no Campeonato Sul de Ralis Duas Rodas Motrizes, juntando-lhe a vitória incontestada na Divisão 2 do Desafio Kumho Sul. Aos comandos do já icónico BMW 318i Compact e navegado pelo jovem Pedro Dias da Silva, Anselmo fez da rapidez e da regularidade exibicional as armas que o levaram ao sucesso. E isto num ano em que, à partida, os objetivos passavam “como sempre, por vencer no Grupo e na Classe, embora sem enjeitar estar na luta pelos lugares cimeiros entre os 2RM er pelo menos o pódio na competição promovida pela ASR Tyres.
A dupla algarvia esteve desde logo entre os melhores no arranque da temporada em Serpa, chegando à primeira dupla vitória (2RM e Kumho) logo na segunda jornada do CNR, em Vila do Bispo, saindo assim da mini-época de pisos de terra que abriu o campeonato numa posição privilegiada para estar na batalha pelos títulos. A terceira tirada seria em asfalto. O Rali de Portimão voltou a ver Paulo Anselmo ao seu melhor nível, conseguindo o pódio nas duas ‘frentes de combate’, numa prova em que teve “mesmo de dar sempre o máximo”, salientando: “Os pisos de asfalto não são a nossa especialidade. Por isso, ser 3º das 2RM e na Divisão 2 Kumho na prova de Portimão só nos poderia deixar felizes por termos conseguido rodar sempre entre os da frente e termos conseguido, por mérito próprio, alcançar este resultado, que nos continuava a colocar numa excelente posição para lutar pelos títulos”.
Curiosamente, foi no regresso aos pisos de terra, onde o olhanense se sente mais confiante, que sucederia o momento menos feliz da época: “o Rali do CAS Almancil Boliqueime foi para esquecer. o rali acabou por se revelar não ser o mais adequado para a nossa viatura. Gosto de manter uma condução rápida e de embalo, mas era impossível. Os troços eram demasiado estreitos e não nos permitiram assumir o ritmo forte que gostamos”. Mas o “calvário não se prenderia apenas com a tipologia dos troços pois “descobrimos que partimos para a prova com um triângulo de trás frouxo, o que nos dificultou a condução e que nos obrigou a fazer um pião. O motor calou-se e perdemos algum tempo. Depois, furamos a três quilómetros do fim da terceira especial, fazendo com que o prejuízo de tempo fosse ainda maior”. Só que a fortuna nada quereria com Paulo Anselmo e Pedro Dias da Silva. Estando à partida do quarto troco, focados em “andar forte e começar a recuperar o tempo perdido. Começou a chover torrencialmente e tivemos problemas de embaciamento dos vidros. Ficamos sem ver nada num troço totalmente enlameado. O pesadelo que continuou no troço seguinte. Rodamos a 20 Km/h, com uma mão no volante e outra a tentar limpar o vidro com um pano, o que ainda se tornava pior porque o pano estava gorduroso. O pior rali da época”.
Mas, apesar de tudo, Paulo Alsemo e Pedro Dias da Silva saíram na penúltima prova do ano líderes na batalha pelo título das Duas Rodas Motrizes no CSR e estando a apenas quatro pontos da liderança nas contas da Divisão 2 do Desafio Kumho Sul. O Rali Casinos do Algarve transformava-se assim num verdadeiro ‘mata-mata’ final. A prova cabaria por ser “talvez o rali em piso de asfalto onde me diverti mais na minha carreira. Andamos sempre nos limites e o BMW esteve perfeito”, com a dupla a levar o carro bávaro a mais um pódio duplo nas contas das 2RM e do Desafio Kumho. Resultados que davam a Anselmo e Dias da Silva os títulos porque que tanto ansiavam. As conquistas foram “o corolário de todo o esforço que eu, o meu navegador Pedro Dias da Silva, anossa equipa técnica e os nossos patrocinadores fizeram ao longo do ano e permeia todo o nosso empenho. Demos tudo para estar na luta e os títulos são nossos”.
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