O Autódromo Internacional do Algarve foi a última paragem para o Iberian Supercars e Supercars Jarama RACE. A competição ibérica e espanhola de GT4, respetivamente, chegavam ao fim no sul de Portugal, num traçado aclamado por todos. A meteorologia não ajudou à festa, especialmente no sábado em que a chuva foi aparecendo a espaços, complicado sobremaneira atarefa de pilotos e equipas.

Foi neste cenário desafiador que Francisco Mora e Gonçalo Fernandes entraram em cena. Para Mora era mais uma oportunidade de se destacar e de afastar um pouco os azares que o foram acompanhando nesta época. Já Gonçalo Fernandes tinha aqui uma oportunidade de ouro para se mostrar no mais competitivo campeonato da atualidade, depois de se ter destacado na Porsche Sprint Challenge Ibérica.

Os primeiros sinais foram muito animadores. O Porsche 718 Cayman GT4 RS CS n.º 26 da Veloso Motorsport liderou as três sessões de treinos livres, o que dava muita confiança para o resto dos trabalhos. Na Qualificação1, Fernandes conseguiu o quarto tempo, enquanto Francisco Mora fez o terceiro registo na Qualificação 2, com ambas as sessões afetadas com interrupções que impediram um melhor desfecho. Não era o resultado desejado, mas, ainda assim, abria as portas para os primeiros lugares nas corridas. E foi mesmo isso que aconteceu.

Na Corrida 1, Fernandes conseguiu uma excelente largada e agarrou o terceiro lugar, que manteve até ao fim do seu turno de condução, num stint muito consistente do jovem piloto.Francisco Mora terminou a tarefa, conseguindo subir à segunda posição já perto do fim, carimbando o segundo lugar.

A Corrida 2 começou com um violento incidente que motivou um longo período de Safety Car, que impediu Mora de atacar o primeiro lugar logo no início. No recomeço da corrida, Mora tratou de subir ao primeiro lugar, mas teve apenas três voltas para aumentar a distância para o seu concorrente. Além disso, o handicap de cinco segundos, complicava ainda mais a tarefa para Gonçalo Fernandes, que regressou à pista em segundo lugar, que manteve até ao final.

Dois pódios, num fim de semana muito sólido que abre boas perspetivas para a última corrida do ano, no Estoril.

Francisco Mora fez uma avaliação positiva do fim de semana, enaltecendo o excelente andamento evidenciado em todas as sessões:

“Tivemos um ótimo fim de semana. Faltou apenas a vitória na Corrida 2 para ser a Cereja no topo do bolo. Lideramos praticamente todas as sessões. Na qualificação, tivemos azares com bandeiras vermelhas, que nos impediram de mostrar todo o nosso potencial, mas sabíamos que teríamos um bom andamento na corrida. Quero dar os parabéns ao Gonçalo e sei que a primeira corrida foi muito complicada para ele, sendo a primeira prova nesta categoria. Mas fez um bom stint e entregou-me o carro na terceira posição. Consegui recuperar para segundo, com um excelente andamento. Na corrida 2 sabíamos que estaríamos fortes, mas o incidente logo no arranque, encurtou o tempo efetivo da corrida, que nos roubou muito tempo para tentar ganhar a margem que precisávamos para anular o handicap dado pelo resultado da corrida 1. Acabamos a 5 segundos e 39 milésimos da dupla que venceu. Sem o handicap, estaríamos na luta pela vitória. Estou satisfeito e queria que o campeonato estivesse a começar agora. Vamos ver se o Miguel recupera a tempo do Estoril e este fim de semana é dedicado a ele”.

Gonçalo Fernandes também estava feliz com a sua prestação ao longo do fim de semana. Superou o desafio de encarar uma nova competição e conseguiu mostrar um bom andamento:

“ O balanço do fim de semana é positivo, e fiquei contente com o ritmo que consegui colocar em pista, apesar de ser a primeira vez acorrer neste carro. Claro que ambicionávamos mais, dado o bom ritmo mostra donos treinos. Nas qualificações as condições mistas e as interrupções complicaram-nos a tarefa. Na corrida 1 não consegui andar ao ritmo dos carros da frente e faltaram-me quatro segundos para entregar o carro ao Francisco numa boa posição. No entanto, na corrida 2 já consegui andar ao ritmo dos carros da frente, só que o incidente inicial tirou-nos tempo útil para atacarmos e anularmos o handicap de cinco segundos. Acabamos em segundo lugar, mas creio que tivemos uma boa prestação. Estou feliz com esta estreia no campeonato e creio que consegui mostrar o meu potencial.”

A última corrida do ano terá como palco o Circuito do Estoril de 30 de Novembro a 1 de Dezembro.