Daniel Teixeira trocava os aviões “por TCR Europe”

TURISMOS EDITOR

Daniel Teixeira não hesita quando se trata de ambições para o futuro, terminada que está a sua campanha no Campeonato de Portugal de Velocidade e também no Iberian Supercars Endurance, onde mais uma vez discutiu o título da categoria TCR aos comandos do Cupra da JT59 Racing até à derradeira corrida do ano, sendo que viria a conseguir cetro na competição ibérica. Para o jovem transmontano o sonho de correr o campeonato europeu para os carros de turismo poderia até ter o preço de abdicar de ser piloto da Força Aérea Portuguesa. Isto porque ambiciona sempre ‘altos vôos’ em pista.

.“É minha convicção que quem ganha é sempre um justo vencedor. E creio que este ano fiz o suficiente para vencer. Fui o mais rápido em seis qualificações, ganhei quatro corridas e fui autor de três voltas mais rápidas, integrando a equipa com maior número de triunfos. Quanto a mim, merecíamos o título também no CPV, custou-me um bocado perdê-lo, mas, infelizmente, problemas mecânicos, duas vezes no Algarve e uma em Vila Real, condicionaram o resultado final. Enfim, são situações que fazem parte das corridas e resta-me procurar fazer melhor da próxima vez…”, diz Daniel Teixeira,

Puxando atrás o filme do CPV e do Iberian Supercars, o piloto da JT59 Racing considera que além da falta de fiabilidade do CUPRA TCR, a sorte nem sempre esteve do seu lado ao longo da época: “Fomos praticamente os mais rápidos da classe TCR em todas as provas, tendo sido líder de sete em oito corridas. Os adversários que se sagraram campeões no CPV conseguiram-no com todo o mérito e são merecedores de parabéns, mas venceram uma corrida. Nós estivemos mais fortes, mas outras condicionantes limitaram-nos”. O filho de Joaquim Teixeira (multicampeão no Campeonato de Portugal de Montanha), começou a correr em 2014, nas provas de montanha, ainda antes de, profissionalmente, ingressar na Força Aérea e, volvidos alguns anos, se tornar piloto aviador. Atualmente, concilia a carreira de piloto em duas frentes distintas, mas quando questionado se trocava os comandos do Hércules C 130 pela outra, não hesita: “Sem dúvida alguma que neste momento, e era já, trocava o lugar de piloto da Força Aérea por um volante para correr no TCR Europe. Gosto muito de aviões e daquilo que faço atualmente, mas a minha grande paixão são as corridas de automóveis. Reconheço que em Portugal não é fácil ser piloto profissional, mas se a oportunidade surgisse nem pensava duas vezes”.

Daniel Teixeira confessa adorar carros de turismo, mas não enjeitaria outra oportunidade, tecendo, por outro lado, elogios à fórmula do CPV/SE, que foi a chave de corridas interessantes. “Gosto muito dos TCR, que são carros bastante competitivos e dão imenso gozo conduzir. Já não tenho aspirações, devido à falta de patrocínios, para correr no estrangeiro, e seria ótimo poder continuar no campeonato. De qualquer modo, não descarto outras oportunidades, seja nos GT ou mesmo em ralis. Desde que haja quatro rodas e um volante, estou recetivo a qualquer possibilidade, tal a paixão pelo desporto automóvel. Em relação ao CPV e SE, a fórmula utilizada foi, quanto a mim, a mais acertada, porque tanto para os pilotos como para o público as corridas revestiram-se de uma grande emoção”, refere. Momentos altos da época o campeão ibérico de TCR recorda vários, como “uma em Jarama na qual a vitória à geral foi decidida na última volta e por menos de um segundo. Corridas muito interessantes, excelentes carros e excelentes pilotos é tudo aquilo que faz sentido. A igualdade de andamentos foi uma realidade e tanto a Race Ready como o TCR Europe fizeram um excelente trabalho que, quanto a mim, deve ter continuidade nos próximos anos”.

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