Cláudio Batista teve que ser “regular e fiável”

NACIONAL EDITOR

Cláudio Batista regressou ao Campeonato de Portugal de Montanha JC Group este ano, após três temporadas de ausência, tendo levado o Citroën DS3 R1 da Sucesso Automóvel ao top 4 da Divisão Turusmos 2, sendo que também marcou presença esporádica em ralis. Aos 26 anos o piloto de Fafe começa a afirmar-se como mais um dos valores emergentes de uma terra de fortes pergaminhos no desporto motorizado. A sua curta carreira desportiva arrancou em 2018. Na altura, Cláudio Batista apostou “na construção de raiz de um Toyota Starlet e na altura, o propósito era apenas participar no Rali de Montelongo, por ser uma prova da terra”. A presença no rali fafense despertou no jovem piloto “um entusiasmo crescente pela competição e, logo a seguir, surgiu a hipótese de participar em duas provas do Campeonato de Portugal de Montanha. Encarei essas presenças sem qualquer pressão de resultados pois, para além da falta de experiência, sabia que ia enfrentar concorrência com outros argumentos que não o Starlet, embora realce que acabou por ser um carro que me serviu na perfeição para esta primeira abordagem”. Mesmo sem a tal pressão, Cláudio Batista não enjeitou andar a lutar por lugares cimeiros, tendo conseguido várias posições de pódio entre os 1300cc, quer na Montanha, quer nos ralis, o que o levou a “começar a pensar noutro tipo de projetos. Percebi que se queria competir, tinha de ter um carro competitivo e que causasse o impacto pretendido pois também estou na competição para divulgar os meus patrocinadores e os projetos empresariais a que estou associado”.

Foram os compromissos pessoais que fizeram com que o fafense “praticamente tenha parado até 2021. Gosto muito de competir, mas em primeiro lugar estão e estarão sempre a família e o dever profissional, tendo sido impossível assumir rojetos mais ambiciosos até que sentisse de que estavam reunidas todas as condições para voltar a encarar a competição a sério”. E assim foi em 2021. Começou por adquirir um Citroen DSR R1 que, na ótica do piloto e da equipa, era “um carro mais competitivo do que o Toyota Starlet e, sendo mais moderno, mais capaz de poder ter impacto, dando assim mais retorno aos patrocinadores”. O objetivo principal foi claro: participar a “tempo inteiro” no Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. Ficou integrado na competitiva Divisão Turismos 3, reservada a carros de duas rodas motrizes e com motorização inferir a 2000cc, com a “batalha” particular desta divisão a tornar-se uma das mais acesas da época na Montanha. Cláudio Batista reconhece que mal teve “conhecimento do nível de competitividade dos carros dos nossos principais adversários, que percebemos que o Citroen DS3 R1 seria dos carros menos evoluídos à partida, ficando claro que, para conseguirmos terminar o campeonato numa posição de relevo, teríamos de ser muito fiáveis e regulares”. Isto, num ano que “devido à paragem que tivemos na carreira, teria sempre de ser encarado como de aprendizagem e de adaptação”. E é caso para dizer que o fafense cumpriu “à risca” o plano.sete provas, sete resultados, mesmo se “o carro tenha dado alguns problemas, sobretudo nas provas iniciais da época que foram fruto, sobretudo, de termos sempre de andar no limite para oder estar entre os melhores, exigindo muito da mecânica que, num R1, pouco mais elaborada é do que um carro de série”.

Cláudio Batista vinca que “prova após prova, melhoramos imenso, quer na condução, quer na forma como a equipa foi conhecendo o carro. Mais do que as pontuações que, felizmente, foram sempre aparecendo, senti que a rapidez foi sendo cada vez maior e, no final da época, eu já conseguia extrair todo o potencial do Citroen”. Como corolário, o piloto de Fafe conquistou o quarto lugar final nas contas da Divisão Turismos 3, só “ficando atrás de três verdadeiros `canhões´, conduzidos por três grandes pilotos, cuja experiência é muito superior à minha, o que eleva o resultado que alcançamos e nos permitiu dar o destaque que pretendíamos à Sucesso Automóvel e aos nossos patrocinadores!”. Desafiado a escolher os momentos mais marcantes da época, Cláudio Batista nem hesita em considerar que “sem embargo de terem existido outros momentos importantes durante a época, escolho o fecho da Rampa de Boticas. Fazer a descida final a caminho do parque fechado e deparar com a festa surpresa que foi proporcionada aos pilotos pelas claques do campeonato, transformou-se no corolário de todo o esforço que fizemos para participar no campeonato e foi o momento e que senti orgulho por termos conseguido atingir os objetivos e dar corpo a uma época bem-sucedida!”.

O outro destaque leva-nos a abordar uma faceta diferente da época do piloto: os ralis. Cláudio Batista participou em três ralis (Mesão Frio, Resende e Viana do Castelo) e, o momento “em que arrancámos para a primeira especial do Rali de Mesão Frio foi marcante. Não escondo que adoro ralis e ter conseguido realizar bons tempos e provar que conseguimos ser rápidos representou muito para mim e para a equipa”. Cláudio Batista realça ainda “a enorme experiência que adquirimos ao participar em duas modalidades diferentes. Fiquei a conhecer todas as rampas e muitas especiais. Os muitos quilómetros de competição acumulados são um pecúlio importante para o futuro”. Agora 2022. A nova época esta já aí e Cláudio Batista não esconde que quer ser mais ambicioso: “Sempre que entro num projeto, gosto de estar a cem por centro, preparando a época com seriedade, pois só assim conseguiremos ser fortes e dar retorno a quem nos apoia. Na Montanha vamos tentar evoluir e ser mais rápidos, sem perder a consistência. Quanto aos ralis, queremos alargar o nosso calendário, escolhendo criteriosamente provas que consideramos emblemáticas, estando em equação podermos participar com um carro mais competitivo. Tudo vai depender dos apoios que venhamos a conseguir e, no caso dos ralis, também ainda aguardamos os calendários para podermos definir as provas que farão parte do nosso alinhamento competitivo”.

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