Numa prova que se revelou madrasta para os seus dois principais adversários, José Correia levou o seu Norma FC20 ao triunfo na 8ª Rampa de Boticas, conquistando assim a sua segunda vitória consecutiva no Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. O pódio absoluto final foi eclético, com Luís Nunes (Skoda Fabia) a ser segundo e Gabriela Correia (Mercedes AMG GT4) a ser terceira. O mérito do piloto e ‘patrão’ da JC Group é inegável. O bracarense rubricou uma exibição sólida ao longo dos dois dias de competição, não cometeu erros e foi sempre capaz de melhorar as suas marcas e demonstrou que estava em Boticas para lutar pela vitoria. Depois, assistiu à derrocada das ambições dos seus dois habituais adversários na contenda pelos triunfos e pelos lugares do pódio.
Ao início da noite de domingo, soube-se que António Rodrigues não competiria no domingo.terceiro na única subida de prova de sábado, o “Bala do Douro” parecia capaz de pressionar a frente de corrida, mas a sua equipa técnica descobriu um problema insanável no motor do Silver Car e o abandono foi inevitável. Entretanto, Hélder Silva, já tricampeão nacional, colocava a Osella PA2000 EVO2 PA.30 da Power House na frente da tabela de tempos, após ser o mais rápido na 1ª Subida de Prova, realizada no fim da tarde de sábado. No domingo, o poveiro continuou a ser o mais rápido, mas na 2ª Subida de Prova e pouco antes da meta, sofreu um violente despiste, felizmente sem consequências físicas de maior, mas que colocou a sua “barchetta” em muito mau estado, ficando por aí a sua participação em Boticas.
José Correia passou incólume por todos estes incidentes, foi capaz de rodar sempre muito rápido e pode festejar com todo mérito esta segunda vitória em 2023, acabando a época muito forte. Com os referidos abandonos de Hélder e Rodrigues, abriu “a caça” ao segundo e terceiro lugar do pódio absoluto. A Batalha foi “rasgadinha” e incluiu Luís Nunes, Gabriela Correia e Luís Delgado, no Cupra Leon Competicion TCR da Nunes Sport. Luís Nunes seria o mais forte, mas, apenas com 499 milésimas de segundo de vantagem sobre Gabriela Correia. Luís Delgado ficaria fora do pódio, no quarto posto, mas a escassas 866 milésimas do seu colega de equipa Luís Nunes. Simplesmente brutal.
Delgado foi ainda o lógico e descansado vencedor da Categoria Turismos e da Divisão T2, deixando toda a concorrência a larga distância. Na ‘geral’ dessa categoria, foi secundado por Gonçalo Inácio (Peugeot 208 VTI R2) e Raul Delgado (Honda Civic Type R), com estes a protagonizarem um duelo intenso pela primazia na Divisão Turismos 1, com Inácio a vencer na frente de Delgado, separados por 656 milésimas de segundo. O pódio da T3 incluiu, no terceiro lugar, José Borges, num Citroen C2. De referir que na T2, quem mais perto rodou de Delgado foi Paulo Silva (Audi LMS RS3), enquanto Joel Coelho colocava o seu Seat UIbiza no terceuro posto da divisão. A história da Categoria Turismos fica resumida, com a referência ao triunfo tranquilo de Carlos Gonçalves (Mitsubishi Lancer EVO X) na Divisão Turismos 1.
Por seu lado Luís Nunes, também exerceu um domínio imperial na Categoria Super Challenge e no Grupo SC A, competições onde a sua invencibilidade ao longo das oito provas da época nunca foi seriamente posta em causa, chegando a Boticas com os títulos no seu bornal. Em Boticas, o “Foguete de Valpaços” deixou “a milhas” a concorrência direta. Luís Silva (BMW M3) foi o segundo da categoria e Top 10 da geral, sendo de realçar que esta posição rematou a outorga da segunda posição final no campeonato, tornando assim o “Canhão de Famalicão” vice-campeão nacional da categoria, a que adicionada o título no Grupo SC D, que dominou em Boticas, sendo aqui secundado por Pedro Alves (KIA Ceed GT) e Brun Gonçalves (VW Golf R35). A terceira posição na categoria foi a recompensa justa para a boa exibição do bracarense Pedro F. Marques. O piloto do Subaru foi ainda 2º no Grupo SC A, competição que viu o pódio ser fechado por Manuel Rocha e Sousa (Ford Focus Super Car). Ainda nos Super Challenge, outra novidade quanto a vencedores aconteceu no Grupo SC C. Problemas técnicos no Citroen Saxo de Bruno Carvalho, crónico vencedor, abriram a porta aos adversários e quem melhor aproveitou foi Francisco Vieira Vieira (Toyota Corolla T- Sport 2.0), na frente de Leonel Brás (Citroen C2) e de Pedro Cardoso (VW Golf GTi).
E na Categoria GT encontrámos mais um pouco de todo os condimentos picantes que tornaram Boticas um evento entusiasmante. Gabriela Correia foi forçada não só a dar o máximo para conquistar o pódio absoluto, mas ainda para chegar ao seu terceiro triunfo da temporada na Categoria GT. A “Princesa da Montanha” conseguiu com todo o mérito os dois objetivos, mas, a agora vice-campeã nacional da categoria viu sempre o campeão Vítor Pascoal (Porsche 991 GT3 CUP) e o galego Bernardo Garcia de Castro a rodarem perto, como atestam os seus oitavo e nono lugares da geral, respetivamente.
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