José Carlos Magalhães é muito pragmático quanto à participação da sua equipa no Campeonato de Portugal JC Group, pois embora em termos competitivos faça uma anális positiva à presença na MNE Sport na recente Rampa Serra da Estrela Covilhã, mostra-se muito crítico quanto à forma como está calendarizada a época. E isso leva-o “a equacionar” a presença da equipa na competição no futuro. Direto e assertivo como sempre, Magalhães mostra-se perplexo com a forma como o calendário CPM foi “desenhado”. Dividido entre a tarefa de dirigir e coordenar a MNE Sport e estar ao volante do Mitsubishi Lancer Evo X, o líder da equipa diz que a fora como está calendarizada a competição tem condicionado bastante a sua atuação.
“Houve aqui e ali um ou outro percalço de estarmos inseridos numa competição que se disputa de quinze dias, e por isso com a possibilidade de haver este tipo de ‘aventuras’ em termos mecânicos. Mas felizmente não foi nada de extraordinário’, começa por dizer o líder da MNE Sport, que lamenta o facto “do Fiat Uno só ficar pronto esta semana e a Diana Martins não ter podido estar presente. E é algo que muito honestamente teremos de alterar para o ano. Porque senão teremos de equacionar muito a nossa presença em todo o campeonato. Porque não podemos ter em três meses e meio sete provas”. E José Carlos Magalhães enfatiza: Repito o que disse no ano passado. Isto condiciona fisicamente – estamos todos muito cansados. Financeiramente é muito complicado, porque nem conseguimos ter o tempo normal para contemplar mais “’sponsors’”
“Honestamente estamos um pouco cansados de tudo isto. E apercebemo-nos que as outras equipas também começam a estar na mesma situação. Além de aparecerem inúmeros problemas mecânicos. Acho mesmo que temos todos de repensar estas datas, independentemente de ser vontade de clubes ou câmaras municipais. O que sei é que os pilotos são sempre os últimos a ser ouvidos e não podemos estar a três provas do fim e já ter o campeonato praticamente decidido. E depois as equipas vão fazer o quê? Temos mesmo de repensar isso», desabafa o líder da MNE Sport. Já a atitude da equipa na Rampa Serra da Estrela Covilhã é louvada: “Em termos de MNE Sport foi bom em termos desportivos. E vou começar por mim como piloto. Esta rampa atrai-me bastante, porque é muito técnica, é muito ao meu nível. É rápida e com curvas muito rápidas, com um percurso muito sinuoso. Por isso eu tinha a certeza que ia fazer bons tempos. E por isso rapidamente entre a primeira subida de prova e a terceira tirei 30 segundos”.
“O carro estava extraordinário. No domingo, infelizmente comecei a perceber que começavam a entrar mapas de motor que variavam entre “gravel” (terra), asfalto, neve, porque este carro tem diferenciais eletrónicos. Tivemos mesmo de desligar isso. Porque aquilo queimou. E por isso foi muito difícil fazer as três subidas de domingo. Estava convencido que iria conseguir baixar ainda o meu tempo uns três ou quatro segundos. Mas mesmo assim foi espetacular”, salienta José Carlos Magalhães, que destaca também o facto de que, se «não tinha adversários nos Turismos 1» a sua «motivação era o pódio absoluto dos Turismos. Consegui ao ser terceiro, infelizmente à frente do nosso (MNE) piloto Parcídio Summavielle. Mas as coisas são o que são e todos nós temos de competir. O Parcídio fez uma prova exemplar, sempre muito rápido. Fez os tempos do ano passado, com pneus gastos, porque tal como eu tem de o fazer porque não conseguimos arranjar pneus novos. Mesmo assim com as afinações que fizemos e com o empenho dele fez com que repetisse os tempos do ano passado. Por isso venceu a Divisão 3, e já garantiu o título quanto ainda faltam três provas”.
Relativamente aos outros pilotos da MNE que estiveram em ação na Covilhã o líder da equipa elogia o seu empenho, apesar de lamentar alguma falta de sorte: “A Eva fez também uma prova muito boa. Foi muito regular. Teve um pequeno problema com uma válvula no “Warm-Up”, que saltou fora. Por isso depois teve de parar, porque entrou em modo de segurança. Uma das subidas, por segurança, optamos por fazer com pneus de chuva, mas infelizmente não foi a escolha mais certa. E por isso ela foi mais lenta. Depois na última subida fez os mesmos tempos. Daí que tenha sido mais uma rampa para ganhar experiência, que tem sido muito útil para a evolução dela. Já que, provavelmente, ainda este ano correrá com um carro novo, com o qual disputará o campeonato para o ano. Entretanto, continua com todas as possibilidades de acabar o campeonato no pódio final da divisão”.
“Em relação aos Clássicos houve uma grande motivação, porque o Flávio Sainhas é da Covilhã e queria ganhar e ganhou. Teve muito mérito. O José Pedro Gomes teve problemas, mas também fez tempos espetaculares. O Fernando Salgueiro tentou ir buscar o segundo lugar e fez um tempo espetacular. Ia muito rápido numa curva, encostou demasiado ao rail e deu um toque, que fez recuar um pouco o guarda-lamas do Escort e ele não conseguiu continuar. Mesmo assim foi um esforço que mostrou o seu grande empenho.Obteve um terceiro lugar, com um sabor um pouco melhor. Mas certamente que queria mais. Aguardamos pela próxima prova que está a menos de duas semanas de distância, sabendo que ele tem tudo para chegar mais acima, remata José Carlos Magalhães já a pensar no que resta da temporada de montanha.
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