Absorvendo a atmosfera vibrante tão única do Pau Classic Grand Prix, a primeira metade das “3 Heures de Pau” foi cumprida este sábado, com os dois “plateaux” do Iberian Historic Endurance a oferecerem aos muitos espectadores, que todos os anos se deslocam ao Circuit de Pau-Ville para ver estas encantadoras máquinas de competição de outros tempos, um espectáculo de grande nível. Na corrida para o “plateau” Pré-66, o local Florent Cazalot (Lotus Seven) foi o vencedor, enquanto que no pelotão Pré-77, o destaque foi todo para a dupla portuguesa Mário Meireles/Vasco Nina. O Pau Motors Festival só termina amanhã, com a disputa de mais duas corridas para os concorrentes do Historic Endurance.
Depois da dupla vitória nas corridas do Historic Endurance da temporada passada, Florent Cazalot de Lotus Seven voltou a beber o champanhe da vitória nas ruas do coração do antigo principado soberano de Béarn. Contudo, a vitória do pole-position não foi tão fácil quanto pode parecer, pois esta foi uma corrida que teve cinco líderes diferentes. No final da manhã de sábado, o pelotão de três dezenas de viaturas – construídas até 1961, da classe Gentleman Driver Spirit (ou GDS, para viaturas de Turismo até 1965 até 2000cc, MGB e Porsche 911 SWB) e de acordo com as classes H 1965 e H-GTP&SC Pré-1966 – atacou as 15 curvas do traçado de 2,760 quilómetros. Após uma forte largada, Damien Kohler colocou o AC Cobra no topo da classificação, perseguido pelo Lotus Seven de Cazalot, o Lotus Elan 26R de Katsu Kubota e o Crossle 7S de Stéphane Rey/Mathias Rey. Com um curto período de Safety-Car que reagrupou o pelotão, os quatro primeiros seguiram por esta ordem até à janela da paragem obrigatória nas boxes abrir. Apesar do Lotus Seven ser mais rápido na parte sinuosa, não conseguia ultrapassar o AC Cobra que impunha a sua maior potência nas rectas.
Cazalot foi o primeiro a entrar nas boxes, acção repetida por Kohler três voltas depois, o que deixou Kubota na frente da corrida. Richard Hywel-Evans arriscou parar mais tarde que todos, o que lhe permitiu posicionar o seu Austin Healey 3000 na frente da corrida à 15ª volta, mas esta manobra custou-lhe uma penalização de 50 segundos. No fim de contas, Kohler manteve o espectacular AC Cobra na primeira posição, enquanto Cazalot caiu para terceiro devido a uma paragem nas boxes mais lenta. Porém, o piloto francês do Lotus Seven estava decidido a voltar a vencer nesta pista que tão bem conhece. Cazalot fez uma segunda parte da corrida ao ataque e à 19ª volta ultrapassou Kubota, para na volta seguinte suplantar o compatriota Kohler, assumindo a primeira posição na corrida. Cazalot continuou a toada forte, cortando a linha de meta com dez segundos de avanço sobre Kohler e um pouco mais sobre o japonês Kubota.
Na luta de classes, Cazalot triunfou também entre os H-GTP&SC, ao passo que o ‘lightweigh’ Crossle 7S foi o segundo, e Paulo Rompante, que foi o sétimo a ver a bandeira de xadrez, foi o terceiro no seu Alfa Romeo Ti Super. Kohler e Kubota foram os dois primeiros entre os H-1965, tendo o Austin Healey 3000 de Eric Perou completado o pódio dos H-1965. A duelo pela vitória da classe GDS-1965 foi um duelo a três igualmente interessante de seguir, com o Mini Cooper de Dominique Jouvin a liderar as primeiras sete voltas, até ser ultrapassado pelo Porsche 911 SWB divido por Guilhermo dal Maso e José Carvalhosa. A paragem nas boxes voltou a baralhar a classificação, com o piloto do ágil Mini a regressar à liderança, mas por pouco tempo, pois na 16ª volta, Luís Sousa Ribeiro, que vinha num ritmo muito mais forte, suplantou o seu adversário e colocou o seu Ford Cortina Lotus no primeiro lugar. Sousa Ribeiro foi o vencedor dos GDS-1965, e o quinto a cortar a linha de meta, seguido pelo Porsche da Garagem João Gomes. Contudo, devido a uma penalização, o Mini caiu para terceiro e o Porsche subiu para segundo. Pierre Macchi levou o seu elegante Alfa Romeo Giulietta Sprint Speciale, um modelo que no seu tempo disputou provas tão distintas como o Targa Florio ou as 12 Horas de Sebring, à vitória nos H-1961.
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