Henrique Rodrigues chegou, viu e venceu

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Henrique Rodrigues esteve muito bem no seu regresso à estrada após uma dúzia de anos de ausência, andando rápido e impondo-se na Divisão 1 do Desafio Kumho Norte, logrando ainda terminar o Campeonato Norte de Ralis no oitavo posto absoluto, e isto depois de alinhar apenas em cinco provas. Acompanhado por Daniel Rodrigues, o piloto duriense assinou exibições muito convincentes aos comandos do Mitsubishi Lancer EVO VII preparado pela Matos Competições. Inspirado pelos feitos do seu pai, que competiu “em rampas e perícias”, estreou-se na competição em 2006, apercebendo-se que o seu primo “tinha carros para alugar e depois de um curso de navegadores para perceber melhor como tudo funcionava, aluguei-lhe um pequeno Toyota Yaris de troféu para fazer algumas provas do Nacional de Ralis, com a minha esposa Daniela como copiloto”.

Após um primeiro ano e três ralis com o Yaris, vencendo sempre a sua categoria, o interesse de Henrique Rodrigues foi crescendo e em 2008, não tendo orçamento para fazer muitas provas só alinho no Rali de Portugal, como co-piloto num Peugeot 206. “Já em 2008, consegui reunir alguns apoios e apostei num carro que deu muitos dissabores, o Renault Megane Maxi. Logo na primeira prova em Fafe nem chegou a arrancar!”, lembra o piloto que, de seguida, mudou “para um Peugeot 206 e inseri-me no troféu Modelstand, no Open de Ralis, onde fiz algumas provas, assim como em 2009, repeti o troféu, tendo acabado com um grande acidente no Rali Vidreiro. Decidi então não correr mais até este ano de 2021”. Mas no ano passado o piloto duriense decidiu regressar. “Em Janeiro que queria voltar e num curto espaço de tempo montar um projeto que me fosse possível fazer um campeonato quase completo. Escolhi o Mitsubishi EVO VII da Matos Competições porque tinha conhecia o Carlos Matos e tinha confiança no seu trabalho. Conseguimos reunir o que era necessário para correr. Nunca tinha conduzido um 4×4 e foi uma experiência muito agradável em termos de condução e aprendizagem”, sentindo o piloto que “devido a estar tanto tempo sem correr e tendo em conta que utilizei um carro que nunca tinha guiado, não posso dizer que o balanço seja mau neste ano. Foi até, melhor do que eu e o Daniel estávamos à espera”. Considera que o segredo para as boas exibições e resultados a condizer reside “na rápida habituação ao carro, quer na terra, quer no asfalto, sempre com uma toada de aprendizagem e habituação, não cometendo excessos e os resultados foram aparecendo, alguns também muito para além das nossas espectativas, sendo tudo isto colmatado no final do ano, com a vitória na Divisão 1 Norte do Desafio Kumho Portugal, para além de outros bons resultados nas provas e nas diversas classificativas”.

Cliente assíduo dos lugares dentro do Top 10 absoluto dos ralis em que participou, o piloto assume que “isso superou todas as nossas expectativas. Eu e o Daniel não fazíamos ideia, no início, de onde nos poderíamos colocar na classificação de cada rali e na geral do CNR, pois tudo era novo para nós, desde os ralis até ao carro e por isso não começamos com grandes espectativas relacionadas com a classificação, mas depois as coisas foram acontecendo e os resultados começaram a aparecer e conseguimos um positivo 8º lugar final na geral do CNR”. Lamenta que “infelizmente, não tenhamos feito as provas todas do campeonato, o que nos proporcionaria com toda a certeza outra classificação na geral final. O orçamento não o permitiu, mas tenho sobretudo de salientar que representou muito para mim neste regresso conseguir andar perto dos lugares da frente e sempre dentro do top dez absoluto, discutindo a vitória entre os Kumho”. E foi na competição particular dos pneus coreanos, promovida pela ASR Tyres, que a dupla conquistou um troféu neste seu regresso. Sagraram-se vencedores da Divisão 1 do Desafio Kumho Norte, feito que Henrique Rodrigues considera “um dos momentos altos da carreira. Representa o meu primeiro troféu à geral desde que me iniciei nos ralis e por si só tem muito significado. Quero dar os parabéns à Khumo e à ASR Tyres por ter esta iniciativa nos ralis nacionais, que muito beneficia e ajuda a concretizarem alguns projetos. Os pneus são bons e nunca tivemos um pequeno problema com eles, aliás não tivemos um único furo durante toda a época, o que mostra a qualidade destes pneus. Este tipo de competições, entre outras são necessárias, estimulam os pilotos, ajuda alguma percentagem a diminuir despesas, se por acaso ganhares prémios e cria uma luta saudável entre pilotos e equipas, por isso é uma competição que ajuda a animar o panorama dos ralis em Portugal”.

Face a estes resultados, Henrique Rodrigues sente que “o balanço de 2021 é muito positivo e foi além das nossas espectativas iniciais”, sendo corroborado na análise pelo seu navegador Daniel Rodrigues que destaca “a audácia do Henrique a pilotar. Enfrentou a sempre dura adaptação a um carro de 4 rodas motrizes e fê-lo de forma brilhante”, com Daniel Rodrigues a realçar ainda que “foi um ano de dedicação e empenho por toda a equipa fantástica, que eu encontrei no retorno a esta modalidade”. O piloto escolhe como momento mais destacado de 2021 o “bom resultado que fizemos no Rali Terras D’Aboboreira, que ajudou muito a impulsionar o restante campeonato” e como a ocasião menos positiva “a desistência no Rali de Mesão Frio, com o diferencial partido. O rali já não tinha começado muito bem e não acabou bem devido a esta desistência e era um rali que eu gostaria de ter feito um bom resultado pela proximidade de Mesão Frio a Lamego”.

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