Iberian Historic Endurance em plano de evidência

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O Iberian Historic Endurance apresentou-se na máxima força no Estoril Classics 2021. Uma prova com a grelha de partida esgotada, com 44 equipas e pilotos de sete nacionalidades diferentes a marcarem presença e a garantirem muita animação na discussão de cada metro do exigente traçado do Estoril. Depois da qualificação no sábado, este domingo reservou aos pilotos a esperada corrida com 50 minutos de duração.

A prova tinha como ‘pole-position’ o Merlyn MK4 de Carlos Barbot/Diogo Matos, que dominou os primeiros momentos da corrida. Em perseguição, um trio que juntava ainda Porsches 3.0 RS e 2.8 RSR da dupla Annette Rolner / Patrick Simon e da dupla portuguesa Mario Meireles/ João Macedo Silva. Um início atípico, com os dois primeiros classificados a fugirem ao resto do pelotão que seguia muito compacto devido ao Porsche 2.8RSR ter tido um problema de caixa de velocidades atuando quase como “rolha”. Isto fez com que as disputas na primeira curva fossem aguerridas, mas com todo o Fair Play pelo qual o Iberian Historic Endurance é conhecido. Com o decorrer dos minutos, as lutas entre o pelotão aumentavam dentro das classes e fora delas. A batalha que roubou a atenção do público presente foi entre François Guerin e José Carvalhosa / Pedro Moriyon ambos em Porsche 356. A liderança do pelotão também não era certa, com Carlos Barbot, Annette Rolner e Andy Newall, todos a passarem pela liderança. Até que os problemas mecânicos começaram a afetar os preciosos exemplares históricos do Historic Endurance, o Ferrari 308 GT4, o Lotus Elan Racing, o Porsche 911 2.5 ST, o Saab Sonnet III, o Volvo 121 e o Ferrari 365 GTB/4 Daytona foram vítimas de problemas mecânicos que ditaram o seu abandono.

Quando o cronómetro da reta da meta do Autódromo do Estoril passou a mostrar 30 minutos até ao final da derradeira corrida do fim de semana, a janela de paragens foi declarada aberta. Começava então a azáfama da troca de pilotos no Pit Lane. Com estas trocas de pilotos veio também as trocas nas classificações e se impossível era de prever um vencedor no início, agora essa impossibilidade era ainda maior. A dupla Carlos Barbot e Diogo Matos foi a primeira a iniciar o bailado, que é a troca de pilotos. Tudo corria de feição à dupla de pilotos do Merlyn MK4, com Matos a impor um ritmo forte e constante fazendo o piloto ganhar posição após posição. Desenhava-se agora um final risonho para a dupla, até que nos écrans do circuito surgia uma penalização pela entrada antecipada para a troca de pilotos. Isto faria com o Merlyn teria agora que enfrentar uns longos 20 segundos de Stop and Go. Durante a mudança para troca de Pilotos, entrou o Safety Car devido ao óleo em pista, libertando apenas o pelotão quando faltavam apenas 10 minutos para o final da corrida de cortar a respiração.

O Jaguar E-Type sai na frente, mas foi logo pressionado pelos Porsche de Bruno Duarte / Filipe Jesus e Miguel Vaz/ Fernando Soares. Pressionaram cedo demais ultrapassando antes da bandeira da linha de partida quando saiu do safety car, obrigando a nova penalização dos agora líderes. Assim foi o Porsche do Dinamarquês Lars Rolner o maior adversário do Jaguar, conseguindo ultrapassar a duas voltas no fim. Curiosamente o Jaguar acabou por perder mais uma posição, desta vez para a mulher de Lars, Annette Rolner em caso idêntico, mas cor-de-rosa e para o Cobra Daytona de Xavier Tancogne Na categoria H-1965, o Jaguar E-Type de Sautter/Newall acabou por vencer, beneficiando da penalização por ultrapassagem por bandeiras amarelas ao Cobra Daytona de Tancogne. Já Stamp/Holden no extraordinário Porsche 904/6 completaram o pódio.

Ferreira/Carvalho em Ford Escort RS1600 ouviram a “Portuguesa” em “casa” e celebraram a vitória da categoria H-1971 na quinta edição do Estoril Classics 2021. O pódio foi completado pelo Alfa Romeo GTAm, com Praller/Fromm que se estreavam no Historic Endurance a levantarem o elegante troféu prata e Alfonso e Ildefonso Garcia, em Porsche 911 2.5 ST a levar como recordação o terceiro lugar. No que toca à categoria H-1976 os três primeiros carros partilhavam uma semelhança, todos eles Porsche 3.0 RS. Lars Rolner venceu teve o privilégio de partilhar o pódio com sua esposa Anette Rolner que recebeu a bandeira de xadrez no segundo posto a piloto dinamarquesa partilhou o papel de condução com o britânico Patrick Simon. Eduardo Dávila, experiente piloto espanhol concluiu uma sólida corrida no terceiro posto. Destaque ainda para o Ferrari Daytona, que se estreava no Historic Endurance, que rodava num fantástico 4º lugar da categoria até ter um problema técnico.

Em H-GTP & Sportscars, Barbot/Matos em Merlyn MK4 levaram as coroas de louros para casa com cada vez mais rápido Alfa Romeo TI Super de Paulo Rompante com o lugar intermédio e Afoito/Mira Gomes no seu Lotus Seven a terminar o pódio. Na categoria mais importante do Iberian Historic Endurance, o Index Performance by Cuervo y Sobriños, quem recebeu o belíssimo relógio foi o carismático François Guerin em Porsche 356. O piloto francês confessou que: “Foi uma corrida muito divertida, eu e o Pedro (Moriyon) trocámos de posição vezes e vezes sem conta. Sem nunca haver um único toque e sempre com o máximo respeito.” Pedro Moriyon e Guillermo Velasco concluíram o pódio.

O Historic Endurance regressa nos dias 05 a 07 de Novembro em terras Andaluzas no circuito de Jerez de La Frontera.

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