O facto de se ter mostrado rápida em qualificação mas não ter ganho qualquer uma das duas primeiras provas do MotoGP 2021 não incomoda a Ducati. Pelo menos esse é o discurso do seu diretor desportivo, Paolo Ciabatti, segundo o qual a marca passou ao lado de um trunfo nos grandes prémios do Qatar e de Doha apenas devido aos pneus da Michelin, que são este ano diferentes dos utilizados em 2020. Pelo que acredita que em traçados e condições diferentes de Losail, como são as provas europeias que aí vêm, tudo poderá ser diverso.

Depois de ter dominado os testes de pré-época através de Jack Miller, e ter conseguido a ‘pole’ com Francesco Bagnaia no GP do Qatar e com Jorge Martin no GP de Doha, a marca de Borno Paginale teve de se contentar com as posições de honra no pódio, quer através do italiano, do espanhol e de Johann Zarco, que foi segundo em ambas as corridas e lidera o campeonato. Ciabatti está contente com o resultado, e sublinha: “Poder-se-ia pensar que a Ducati não venceu numa pista que lhe era favorável. Mas conseguimos ambas as ‘pole-position’, um novo recorde do circuito e conseguimos quatro dos seis lugares dos pódios e ainda lideramos o campeonato com Zarco”.

“Obviamente que gostaríamos de ter ganho, pelo menos, uma das corridas, mas se não conseguimos estar rápido com estes resultados então como poderão estar as outras marcas? Aqueles que apenas olham para o facto da Ducati ter ganho no Qatar em 2018 e em 2019 com Dovizioso não têm em consideração o facto dos pneus usados não terem nada a ver com os atuais, como os quais temos de lidar. Já nos testes de pré-temporada de 2020 Dovizioso não foi tão competitivo como tinha sido antes. Por isso estamos muito satisfeitos com as melhorias que fizemos”, enfatiza o diretor desportivo da Ducati.

Convém referir que em Losail Bagnaia logrou um novo recorde de volta – 1.52,772 – para conseguir a ‘pole’ para a primeira corrida da época, sendo que ambos os pilotos da equipa oficial marca de Borno Paingale terminaram as duas provas no top nove, apesar dos descritos problemas de pneus e também uma lesão no braço de Jack Miller que obrigou uma cirurgia antes do Grande Prémio de Portugal.